segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Genial.2



> Aldina Duarte - "Princesa Prometida"

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Genial!

> Silvestre Fonseca - "Nem às paredes confesso"

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Manoel de Oliveira: “Não tenho mérito nenhum nos meus cem anos”

10.02.2009 - 09h46, JORGE MOURINHA, em Berlim

Manoel de Oliveira é hoje homenageado pela organização do Festival de Berlim, que lhe atribuiu o prémio especial Berlinale Kamera pelo conjunto da sua carreira, entregue na estreia mundial, fora de competição, do seu novo filme, “Singularidades de Uma Rapariga Loura”, que decorre esta noite na capital alemã.

Mas a adaptação de Eça de Queiroz pelo mestre centenário foi mostrada em antecipação à imprensa ao fim da tarde de ontem. Os 250 jornalistas que enchiam a sala receberam o filme (que dura apenas 64 minutos) com risos de reconhecimento, aplausos entusiastas e alguma perplexidade, consoante conhecessem a obra do cineasta ou a descobrissem pela primeira vez, e quase não houve abandonos.

Após a sessão, Manoel de Oliveira respondeu durante cerca de uma hora a perguntas entusiastas de jornalistas maioritariamente europeus, numa conferência de imprensa pouco concorrida devido ao horário tardio, sobreposto ao início das projecções da noite.
O cineasta, que admitiu “não ter mérito nenhum nos meus cem anos - é um capricho da natureza”, explicou que a sua decisão de filmar Eça de Queiroz “já tardava”.


Oliveira não tocou no diálogo original, que manteve intacto, mas actualizou a acção para os nossos dias. “A Lisboa do século XIX era completamente diferente e tornava-se caro e difícil reconstituí-la.”

Admitindo que se trata de um filme sobre “valores essenciais que na modernidade se perderam”, o cineasta apontou a actualidade da história - “a situação do Macário”, o herói nominal da história, guarda-livros que ganha e perde uma fortuna, “é semelhante à situação dramática [que se vive hoje em dia]”.

Também presentes na conferência de imprensa, os actores Catarina Wallenstein, Ricardo Trêpa (neto do realizador) e Filipe Vargas e os produtores François d’Artemare e Luis Miñarro elogiaram a visão de Oliveira.
François d’Artemare, que trabalha aqui pela segunda vez com o realizador após Cristóvão Colombo - O Enigma, realçou: “O filme já está montado na cabeça do Manoel. Ele tem uma capacidade de concentração e de trabalho únicas, fixa no início da rodagem uma linha e segue-a até ao fim. Já traz o trabalho de casa feito, e isso permite-lhe fazer dois, três, quatro filmes por ano.”

Três filmes por ano“Oxalá possa eu fazer até três filmes por ano como sugeriu o François,” disse mais tarde Manoel de Oliveira, que confessou esperar ter o seu próximo filme pronto para Cannes, embora não tenha ainda certezas se isso será possível.

Ao longo da conferência de imprensa, o realizador citou cineastas com quem sente afinidades, como Luis Buñuel, Robert Bresson, “os mestres alemães como Fritz Lang, Murnau ou Lubitsch”, ou Orson Welles, mas confessa não acompanhar o que se faz hoje em dia.

“Em casa tenho imensa falta de espaço e na vida tenho imenso falta de tempo, e não dou solução nem a um nem a outro. Mas há um realizador português de que gosto muito, o Pedro Costa, que tem um modo de filmar muito correcto. Uma vez, ele disse-me que eu filmava os ricos, ele filmava os pobres. Respondi-lhe que eu filmo as almas - e as almas tanto há nos ricos como nos pobres”, afirmou o cineasta Manoel de Oliveira.


http://www.vidasalternativas.eu/

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Coisas que nos dão prazer

Foi uma feliz descoberta. Permitimo-nos roubar o vídeo em www.devaneiosamais.blogspot.com


> PAULO PRAÇA - "(Diz) A Verdade"

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Um voz inconfundível



> LENA D'ÁGUA canta "Mariazinha" de José Mário Branco

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O que há para se fazer?



António Pedro Dores*

No programa Prós e Contras da RTP de dia 2 de Fevereiro de 2009, a respeito da confusão judicial em torno das alegações de corrupção no caso Freeport, que atingem o primeiro ministro de Portugal, e, portanto, todo o país, geraram-se consensos sobre a culpabilidade do sistema judicial na situação e sobre a desorientação geral sobre como ultrapassar o problema, sem falar como prevenir réplicas do mesmo. Que fazer, perguntava a jornalista aos seus convidados: “Não sei!” foi a resposta mais precisa que obteve.

Como pau carunchoso, o Estado português desmorona-se à frente dos nossos olhos sem haver quem ponha mão nisto? Hilariante, e significativa, não fosse caricata, foi a interpretação feita das palavras do Presidente da República sobre a inépcia dos legisladores: Cavaco Silva referia-se à nova lei do divórcio – seu cavalo de batalha – e, porque não o referiu expressamente, todos interpretaram a acusação de falta de qualidade na produção de leis como um bota abaixo ao Parlamento e aos deputados. O Presidente ficou refém das suas palavras e os comentadores usaram isso para denunciar o estado a que a coisa chegou.

Gente como Júdice – cujo prestígio cívico o impede de ocupar lugares de responsabilidade pública sem ser enxovalhado (embora seja presença assídua nos media) – teme pela democracia. Aqui chegados temos de nos perguntar de que democracia se fala? A democracia que não sabe que fazer perante o naufrágio do Estado? Isso não é democracia! Isso é nepotismo e oligarquia, como alguns dos mais reputados politólogos estão cansados de afirmar, sem que ninguém os queira e possa ouvir.

O Estado de Direito e a Democracia ou se constroem juntos ou se abraçam mutuamente como náufragos. Infelizmente é este último o caso em Portugal. O que há a fazer? Impor a Democracia e o Estado de Direito. Como: lutando pela liberdade de expressão e pela liberdade política, princípios básicos dos Direitos Humanos, contra o compadrio, a arbitrariedade e a corrupção.

Há os que dizem serem tais objectivos políticos populistas, abstractos, demagógicos e não operacionalizáveis. Esses não são os democratas militantes de que Portugal precisa neste momento. Vejam, por favor, o que tem dado 30 anos de preocupações políticas centradas na economia: colapso e desorientação, vergonha e desânimo. Democracia é existirem efectivas possibilidades de mudança de política sem violência. Passarmos a dar prioridade política a questões morais, base da confiança social e por sua vez base da possibilidade de desenvolvimento económico. Ora, tais condições não estão reunidas em Portugal, como o caso Freeport evidencia à saciedade. A Democracia que dizem que temos distingue-se do Fascismo de forma positiva, sim. Mas de nada nos servem, de facto, actualmente os males do passado. Precisamos de liberdade para organizar o futuro e, essa, falta-nos.


*Sociólogo, Professor Universitário